Joana Marques, em modo "Extremamente Desagradável":
"Ora bem, esta semana fui apanhada a dizer uma coisa que chocou o país — o que, diga-se, não é muito difícil. Bastam 5 minutos de silêncio para alguém se ofender. Mas sim, disse… e volto a dizer: gostava de comer os anjos.
E antes que os senhores da Conferência Episcopal me mandem uma hóstia armadilhada para casa, deixem-me explicar.
Quando digo 'comer os anjos', não me refiro a nenhum fetiche celeste, nem a um plano maquiavélico para sabotar o Paraíso versão MasterChef. Estou só a falar daquelas criaturas fofinhas, de cabelo aos caracóis, sempre com uma harpa debaixo do braço, que parecem... suspiros ambulantes.
É que com aquela pele translúcida e ar de merengue espiritual, quem é que não tem vontade de os mergulhar num café com leite e trincar uma asinha?
Além disso, se há gente que acredita em jejum intermitente por razões espirituais, porque não posso eu fazer o contrário e lançar-me numa degustação celestial?
Imaginem o menu:
– Entrada: Querubins grelhados em cama de nuvem 9.
– Prato principal: Arcanjo à Brás.
– Sobremesa: Gabriel flamejado com licor beato.Não é canibalismo. É transcendentalismo gastronómico.
Portanto, sim, gostava de comer os anjos. Porque, francamente, parece-me mais saudável do que digerir certas opiniões políticas que me passam à frente todos os dias. E esses, ao contrário dos anjos, nem têm salvação possível."
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